As pessoas quando chegam à terceira idade tem as características do sono alteradas, porém o sono vem sofrendo alterações antes da fase da velhice, à medida que vamos avançando na idade.
É durante a velhice que as alterações são mais marcantes fazendo com que muitos idosos se queixem de tal situação.
Uma pessoa que está entre 60 a 75 anos tem como ideal ter entre 7 a 8 horas de sono ininterruptos o
que normalmente não difere muito de uma pessoa adulta., porém quando este tempo está demasiadamente inferior ou
alterado entre picos este assunto requer atenção, pois o desequilíbrio do
sono favorece o surgimento de doenças
mentais, diminuição da competência do sistema imunológico, prejuízo no
desempenho físico e dificuldades adaptativas, colocando o idoso em uma posição
de vulnerabilidade e consequentemente sua vida em risco.
Um estudo recente intitulado “Sono no envelhecimento normal e patológico:
aspectos clínicos e fisiopatológicos” coloca que na velhice há uma diminuição
do tempo de sono durante a noite, que os idosos demoram mais para iniciar o
sono, sendo ele mais superficial, curto e fragmentado, e ainda que na terceira
idade as pessoas vão mais cedo para a cama e acordam mais cedo também levando a
uma sonolência durante o dia, sonolência essa que em excesso não é normal no
envelhecimento. Além disso, são mais facilmente despertados por estímulos
auditivos, o que confirma uma sensibilidade mais aguçada aos estímulos
ambientais.
A diminuição do tempo de sono está relacionada a uma área do cérebro (cortical)
que tende a permanecer em estado de
“alerta” fazendo com que o ritmo de
sono e vigília do idoso sofra alguma degeneração que acabe por “forçar” este
individuo ir para a cama mais cedo e acordar mais cedo também.
Outros fatores que interferem nesse ritmo são:
– Liberação da melatonina, um hormônio que influencia o ciclo do sono que com o avanço da idade tende a ser diminuída durante a noite trazendo consequências até para outros hormônios como, por exemplo, o cortisol.
– Condições socioeconômicas, preocupações em excesso podem fazer com que tais preocupações deixem o idoso alterado e esta alteração interfere em uma boa noite de sono.
– Alterações degenerativas na função respiratória que contribuem para a ocorrência de apneias do sono (parada ou diminuição da respiração) e despertares, ingestão de drogas, lícitas e ilícitas, de bebida alcoólica e cafeína, e o consumo de alguns tipos de medicamentos.
– A liberação da urina durante a noite também é um fator importante para o interferimento do sono, o idoso que não consegue manter o equilíbrio do trato urinário tem grandes prejuízos, pois o fato de precisar levantar-se para suas necessidades pode fazer com que ele se desperte e não consiga mais dormir.
Sendo assim é importantíssima a observação atenta e diferenciada de familiares, amigos e cuidadores pois qualquer alteração implicará em um prejuízo lento que muitas das vezes pode ser irreparável, pois uma boa noite de sono é essencial para manter a saúde e o bem-estar físico e emocional em qualquer idade, e quando falamos de pessoas idosas falamos de uma necessidade ainda mais impactante já que as alterações no sono podem acarretar sérias doenças e também problemas sociais.
Mesmo sendo tão diferenciado e único o sono do idoso é necessário que prestemos atenção, pois, este precisa ser restaurador e é necessário observar também que mesmo no sono há subjetividade física de cada um, um idoso precisa dormir bem, entre 7 e 8 horas por noite, mas isto não implica que aquele que durma 5 horas seja totalmente prejudicado, acontece que se há um despertar descansado, um despertar harmonioso é sinal que suas horas de sono foram suficientes.
O que precisamos observar é que se as insônias forem persistentes é necessário usar de alguns recursos antes que usemos fármacos, tais recursos são:
Limitar aos pacientes acima de 60 anos 30 minutos apenas de “soneca”,” sono da beleza” “siesta” etc. à tarde, pode ajudar no adormecimento e mantenimento do sono noturno.
Evitar cafeína, chocolates, nicotina e outros estimulantes após as 18 horas.
Evitar uso de bebidas alcoólicas, pois em excesso quando o corpo entra no processamento do álcool ingerido fará com que o indivíduo naturalmente desperte.
Estimular aos exercícios físicos faz com que o idoso em atividade tenha uma circulação sanguínea mais positiva, respiração mais tranquila o que facilitará o adormecimento e a permanência do sono.
Evitar comidas pesadas também é auxilio a uma noite tranquila e prolongada de sono, pois comidas condimentadas, gordurosas prejudicam a digestão.
A exposição ao sol e uma rotina no deitar e levantar por um tempo pré-determinado para cada um é um fator muito positivo porque o individuo conseguirá manter ativo o seu relógio biológico regulando o dia e a noite fatores estes que trazem um excelente benefício ao sono.
Manter o quarto arejado, o corpo aquecido, o conforto associado à segurança do local de dormir, travesseiros em uma altura recomendada e a luminosidade também ajudam muito.
Portanto, vamos prestar atenção no que seja o sono de nossos idosos porque é mantendo um sono de qualidade e resguardando sua manutenção durante o dia vamos acaba por ser também um dos “protetores” dos aspectos importantes de um envelhecimento saudável.
Pense nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417