Consumismo na Terceira Idade, uma forma de “poder, liberdade de ação ou felicidade”?

Partindo desta observação surge a curiosidade de entender de fato o que “anda” acontecendo com a população mundial em relação ao consumismo.

É visível o bombardeio de informações e de publicidades que são “jogadas” no ar 24 horas por dia, pela mídia e de uma forma geral no mundo em que nos rodeia. Elas nos chegam em forma de vitrines bem produzidas, outdoor gigantes, propagandas nas rádios, carros de som,  entrevistas que valorizam determinados artigos, merchandagem nas novelas e programas de Tvs, dentre outras formas de divulgação desta poderosa arma que chama-se  “consumismo”.

Não é novidade para ninguém que nos dias atuais tudo que consumimos de uma forma geral é “descartável”, posso acreditar que esta nova forma de fabricação chegou para “facilitar” o descarte imediato, pois hoje em dia é comum ouvirmos “Nossa! Já estragou? há, já não fazem mais como antigamente”.

Realmente não mais “se fabricam nada como antigamente”, eletrodomésticos, por exemplo, eram feitos para durarem e serem usados por toda uma vida, ainda me lembro de um liquidificador que minha avó tinha em sua casa e que foi comprado “logo que esta novidade foi lançada no mercado brasileiro” por volta dos anos 40, era um exemplar da Walita, lembro-me bem dele, parecia “magia” observar as frutas tornando-se sucos, as batatas em purês, e tantas outras “mágicas” que eram feitas naquela simples engenhoca.

Ah, e os fogões? Eu não vou muito longe, vou a mais ou menos 45 anos atrás, minha mãe comprou um Dako Vaslon 4 bocas esmaltado e VERMELHO, pensa bem, um fogão vermelho a gás, era tudo de bom na nossa cozinha, e o melhor, Era não, É, ele ainda existe e funciona perfeitamente e seu estado de conservação é excelente, então perguntamos, porque “jogar fora?, porque passar para o ferro velho?. Saiu de moda e a “moda” atual é descartável, dura pouco, são fabricados com produtos menos resistentes justamente para se comprar um “novo” e mais “moderno”.

Tudo, exatamente tudo hoje é assim, roupas, calçados, celulares, TVs, rádios, etc., nada se compra para “deixar para a próxima geração”.

E nesta visão do consumo vamos situar nossa pesquisa na Terceira Idade um grupo de pessoas que hoje modificadas pelo modernismo, são economicamente ativos, participativos e integrados, pessoas que cada vez mais recebem atenção do mercado que, por sua vez, busca se adequar ao novo estilo de vida que esta população tem nos dias atuais.

Sabendo que a Terceira idade esta sendo vista pela mídia de todo mundo como um excelente alvo de consumo porque são pessoas que possuem um rendimento seguro e um elevado poder de compra, este olhar passou a ser mais atento e pode contribuir para a quebra do estereótipo e para a constituição de uma nova imagem do envelhecimento. Idosos hoje não querem parecer “velhos”, precisam estar sempre “antenados” no que há de mais moderno.

Idosos hoje consomem por prazer, buscam nas viagens, nas compras “do supérfluo” uma satisfação imediata, conseguem ultrapassar os limites da própria imaginação quando se deparam com um notebook de última geração, com um ipad, iphone, com as Tvs de lead ou outras modernidades que tanto chamam atenção pela suas tecnologias avançadas e pela praticidade de comunicação.

Podemos mencionar também o infinito mercado da beleza, uma época que o narcisismo não fala, grita, ressoa com um eco que se escuta aos quatro cantos do planeta e junto chegam as indústrias da beleza inundando o mercado com seus “produtos milagrosos”.

Não há quem consiga resistir a tantas promessas de uma pele sem marcas da idade, sem manchas, como a pele de um bebe.

Consciente desta mudança de hábitos, o mercado do consumo apela para as características narcísicas, características atuais que cultuam o corpo como algo preciosamente belo, como um objeto de consumo permanente.

Não menos apreciáveis estão neste “jogo de sedução visual” as academias de ginásticas, as clínicas de estética, as lojas de cosméticos e de roupas modernas, podemos citar também as lojas de calçados, bolsas e acessórios e as de peças íntimas cada dia mais modernas e adaptáveis para esta faixa etária.

O mercado alimentício também pode ser citado, hoje se fabricam mais alimentos “para a terceira idade”, alimentos diferenciados tais como, iogurtes, massas, pães, leites e derivados, uma gama de produtos que prometem melhor aproveitamento das vitaminas no organismo além de fatores que vão ajudar nas funções metabólicas desta geração.

Os “novos idosos” querem estar sempre “na moda”, querem estar inseridos no mesmo contexto da “sociedade jovem”, querem ter “o poder em suas mãos” para retardarem os sinais de envelhecimento e um grande número deles não medem esforços para manter sua aparência sempre aquém da real idade que tem.

Particularmente o Brasil esta envelhecendo, já não somos mais um pais de jovens, hoje a tendência é nos tornarmos uma nação de idosos e baseando-se  nesta verdade a mídia esta focando seus holofotes naqueles que serão os consumidores reais.

Agencias de modelos hoje já não buscam mais a perfeição exclusiva do corpo de uma mulher jovem, não querem mais apenas os rostos sedutores e os músculos definidos do homem no ápice de sua idade, elas querem a sedução do olhar maduro de uma mulher de 50, querem a sensualidade de uma senhora de 60 que consegue manter o bom humor dos 30, querem o homem que se define nos seus cabelos grisalhos e que sabe exatamente o que busca.

Os “novos idosos” são a “febre” dos clics das câmeras fotográficas e das “paradas de sucesso” nas passarelas da atualidade.

É o consumismo “batendo na porta” de cada um, de forma sutil atraindo o consumidor com suas tentadoras ofertas cada vez mais voltado para os novos compradores.

É agora a geração “Terceira Idade” que “tem a chance” de programar suas viagens para o exterior não para estudar, mas para desfrutar das merecidas férias, que podem frequentar as salas de teatros que exibem peças teatrais renomadas, que podem comprar a Tv de 60 polegadas para poderem assistir seus filmes prediletos, que com prazer compram os melhores carros apenas pelo conforto e segurança que acompanham a beleza do veículo, que ainda são corajosos o suficiente para comprarem suas Harley- Davidson porque querem sentir o vendo da liberdade sem horário tocar seus rostos, que frequentam restaurantes caros pelo prazer da boa mesa e da preciosa companhia, que compram seus celulares, seus smartphone de última geração apenas pelo prazer de poder falar e ver seus s amigos e seus familiares a qualquer momento.

São idosos que não se contentam mais com aquele celular que apenas “recebe” chamada, eles entendem de internet, querem o Facebook, o Whatsapp, querem o Skype, o IMO, o Twitter o Instagran e tudo mais.

A Terceira idade hoje esta assumindo cada vez mais os papeis que antes eram exclusivos dos jovens e isso não é novidade para o mercado consumidor por isso tanto se fala do consumismo nesta faixa etária.

Os novos idosos que hoje podem comprar compram porque entendem que muito se trabalhou para chegar aonde chegaram, que muito se caminhou para estar onde estão e o prazer que querem ter precisa ser agora, não há mais tanto tempo para se realizar desejos desejados.

Portanto, acima de qualquer ideologia devemos entender que consumismo também passou a ser algo culturalmente adquirido com o passar dos anos e que não estamos aqui generalizando um grupo de pessoas, mas sim tentando entender o que hoje esta modificado dentro da cultura do consumismo.

Então que venham os novos “velhos consumidores”…

Um abraço carinhoso

Gilwanya Ferreira

Psicóloga CRP 04/42417

Pós-graduada em Psicogerontologia

Capacitação em sexologia Clínica

Atendimento domiciliar e diferenciado

 

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