1 – Todo cadeirante é assexuado?

Bem, posso dizer com toda certeza que não, existem tanto homens quanto mulheres que são cadeirantes e mantém sua sexualidade ativa. São várias as razões de serem cadeirante, alguns se tornaram por acidente de alguma natureza, outros por paralisia dos membros inferiores, outros pelas lesões medulares, outros por deficiências físicas, enfim, o que se é seguro dizer é que depende do grau de lesão que se tem será o grau do desempenho sexual do sujeito.

2 – Sexo com cadeirante é um sexo “sem graça”?

Nestes casos é bom lembrar que todo desempenho dependerá da criatividade do casal, independentemente de ser cadeirante ou não o que conta nestes momentos é o carinho, a cumplicidade, a confiabilidade entre os dois e é usando de “certas artimanhas” que tudo pode se tornar extremamente prazeroso e até divertido, basta estar consciente e buscarem juntos qual a melhor forma de satisfação conjugal.

3 – Homens cadeirantes não podem ter ereção e são estéreis?

Não, a ereção nestes casos não esta totalmente ligada à lesão, cadeirantes podem ter ereção, alias, os lesionados inferiores podem ter ereção e é a chamada ereção de reflexo que é a ereção causada pelo reflexo visionário, pela imagem real ou imaginária e também pode haver o reflexo pelo estímulo em outras áreas do corpo como, por exemplo, os mamilos, a orelha ou outras partes do corpo em que o sujeito tenha maior sensibilidade.

A diferença entre a ereção de um homem não lesionado a um cadeirante é que esta ereção tem menor durabilidade e a ejaculação normalmente é pouca, os espermatozoides menos potentes devido a infecções urinárias normais nesta população, mas nada que impeça inclusive da possibilidade de fecundação e fertilização do ovulo feminino.

4 – Mulher cadeirante pode ser mãe?

Sim, elas são tão férteis quanto qualquer outra mulher o que acontece em alguns casos é que devido ao que aconteceu à sua medula muitas deixam de menstruar por algum tempo, porém, assim que o organismo se recuperar o ciclo menstrual volta ao normal  e esta mulher poderá gerar tanto quanto outra um filho.

Aconselha-se nestes casos um cuidado redobrado no que diz respeito ao pré-natal, pois alguns problemas podem surgir tais como, pressão-alta e problemas vasculares que  são mais frequentes, mas nada que impeça gerar e dar a luz a uma criança saudável.

5 – Na hora do sexo com um cadeirante é necessário algum tipo de cuidado especial?

Todo lesionado normalmente necessita de cuidado especial, porém na hora do sexo é importante lembrar que o/a parceira/o não tem estímulos nos membros inferiores, portanto toda estimulação deverá ser explorada em outras áreas do corpo.

Alguns cuidados quando falamos de mulheres lesionadas devem ser observados tais como, a lubrificação e a intensidade da penetração, é necessário o uso de lubrificantes e no momento da penetração é importante que o parceiro seja muito bem orientado para que não haja nenhum outro tipo de lesão devido ao impacto do momento. Nestes casos é aconselhável pedir orientação de um profissional fisiatra, ele poderá orientar qual seria a melhor forma de uma interação do casal.

É necessário também tanto o homem quanto a mulher cadeirante estarem sempre sendo acompanhados pelos seus médicos, clínicos, ginecologista e urologista para que a saúde esteja sempre em dia e assim evitar maiores aborrecimentos.

De qualquer maneira, toda forma de prazer é válida e o que é importante lembrar é que acima de qualquer ato sexual existe o prazer explorado pela sexualidade do casal.

Independentemente da penetração, o gozo e o prazer é psicológico e é neste contexto que a psicologia pode ajudar, ensinando a valorizar o que se tem de melhor, orientando e estimulando a busca do novo para novas situações.

Quando aprendemos valorizar a sexualidade aprendemos também a dar valor a cada estímulo de nosso corpo, o toque das mãos, o olhar que busca outro olhar, a boca que beija com ternura o parceiro, as mãos que acariciam os cabelos, os corpos que se sentam lado a lado apenas pelo prazer da companhia, enfim, toda forma de amar é válida quando se sabe amar.

Pense nisso.

Gilwanya Ferreira

Psicóloga CRP 04/42417

Pós-graduada em Psicogerontologia

Capacitação em sexologia clínica

Atendimento domiciliar e diferenciado

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