Luto. Compreendendo tudo se torna menos doloroso

Todos nós, sem exceção passaremos um dia pela indesejável experiência de alguma perda, seja ela qual for ou da morte de um ente querido, sejam nossos avós, nossos pais, um filho, algum irmão, aquele tio tão especial, quem sabe a madrinha ou padrinho que tanto amamos ou, aquele amigo, aquela pessoa que representa tanto em nossas vidas. Pode ser também aquele namoro, aquele trabalho que tanto nos é saudável, aquela ideia tão genial etc. É inevitável este fato. 
Sabemos que existem vários tipos de reações e elas variam de acordo com o sentimento de cada um, pode também acontecer da crença religiosa, da cultura, da idade e até mesmo de algum outro fator não menos importante interferir no comportamento do sujeito neste momento tão especial.
Independentemente da idade as reações podem inclusive serem as mesmas, porém idosos e também crianças precisam de uma atenção especial pelo fato da não compreensão total do sentimento vivenciado.
Quando falamos da perda ou da morte estamos enfatizando a dor daqueles que ficam e a dor daqueles que perderam algo tão idealizado e queremos esclarecer que existem comprovadamente várias fases em que o sujeito passará até que tudo se resolva “dentro” do sentimento de cada um.
A Negação, a raiva, a troca, a depressão e a aceitação são as 5 fases do luto que Elisabeth Kubler Ross estudou durante anos e anos através de experiências pesquisadas com pessoas durante o período conhecido como enlutamento. Ela conseguiu identificar a reação psíquica de cada paciente e acabou elaborando tais fases.
O luto é um processo necessário e fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer perda significativa não apenas de alguém, mas também de algo importante, tais como: objetos, viagens, emprego, animais, ideias e ideais dentre outros,
Para que possamos entender melhor estas fases mostraremos que:


A Fase 1 que chamamos de Negação – Será a fase em que o sujeito sem mesmo notar construirá uma defesa psíquica que faz com que ele acaba negando o problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade seja da morte de um ente querido ou da perda de emprego do animalzinho etc. É comum a pessoa também não querer falar sobre o assunto.

A Fase 2 seria a Raiva – Nesta fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçada e não se conforma por estar passando por isso.

A Fase 3 é nomeada de Barganha ou troca – É interessante esta fase até pelo fato do imaginário ajudar no estado emocional do sujeito em um momento de dor. Nesta fase o sujeito quer negociar com Deus a vida daquele que partiu ou algo que perdeu, promete mudar ou promete maiores cuidados e esta fase se torna inclusive cansativo e passa muito rápido pois o fato de negociar a vida com Deus ou prometer mudanças ao ex no caso de relacionamentos perdidos acaba por não ser algo tão simples assim. Portanto quando o sujeito se encontra nesta fase é importante a compreensão daqueles que com ele convive para que esta fase passe sem deixar maiores consequências.

A Fase 4 é da Depressão – Será a fase em que a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando em uma melancolia intensa e se sentindo impotente diante da situação.

Já a Fase 5 é conhecida como Aceitação – E será o estágio em que o indivíduo não tem mais sinais de desespero e consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto para enfrentar a perda ou a morte.

Falar da perda ou da morte é um tema muito difícil para todas as idades elas são representadas de forma diferenciada em cada etapa de nossas vidas e não temos dúvidas que a morte seria o medo maior em quase toda faixa etária ultrapassando qualquer outro tipo de perda.
Mesmo quando a ideia da morte é encarada com tranquilidade, sem sofrimento ou tabus na maioria dos casos o luto é vivido pelo simples fato da ideia de não poder mais ver e conviver com aquele que partiu.
Portanto deveremos incluir em nossas análises frente a ideia de morte e da perda os processos culturais, o desenvolvimento emocional, religião, família, meio que se vive, bem como o quadro de saúde clinica e saúde financeira (durante a vida da pessoa) para compreendermos de fato as reações frente a morte e a perda para cada ser humano, em qualquer idade.
E assim concluiremos que não existe uma sequência dos estágios de luto, mas é comum que as pessoas que passam por esse processo apresentem pelo menos dois desses estágios.
Não necessariamente as pessoas conseguem passar por esse processo completo, algumas ficam estagnadas em uma das fases que citamos.
Idosos assim como adultos e adolescentes vivem igualmente esta situação tudo dentro da subjetividade de cada um.
O papel do psicólogo é identificar e ajudar a pensar junto com o paciente o estágio em que se encontra fazendo com que o sujeito consiga elaborar sua dor e dela poder tirar as boas lembranças vividas.
A resolução do estágio exige a vivência de sentimentos e pensamentos que o indivíduo evitava. A tarefa do psicólogo também é permitir que o paciente vivencie o seu luto e através desta vivência conseguir entender, aceitar e seguir em frente tendo a certeza de que o amor nunca acaba apenas se transforma.

Pense Nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417

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