Menopausa. Que coisa em?

Assim como a menarca (primeira menstruação), a menopausa ( última mestruação) também é um acontecimento que acarreta preocupação e dúvidas e que podem mexer com todo ser do sexo feminino. Sabemos que este período faz parte e é algo que está inserido no contexto, toda mulher atravessará o caminho entre a primeira e a última menstruação.

Não é novidade para ninguém que na infância a menina não se dá conta do poder que seu corpo tem e a capacidade intensa de reprodução. As mudanças ocorrem lentamente ao longo dos anos desde a infância até a finitude.

Biologicamente todas nós já nascemos com um número pré-determinado de óvulos, folículos ovarianos que darão origem aos óvulos, não produzimos óvulos durante os anos de nossas vidas, eles estão “dentro de nós” desde o útero materno.

Um feto feminino na vigésima semana pode ter cerca de sete milhos de óvulos. Os estoques de óvulos já se acumulam e vão sendo pouco a pouco descartados até ao nascimento quando então já se determina o número exato que nossos ovários podem suportar e esta perda é cerca de 80% restando entre 300.000 a 500.000 óvulos que naturalmente serão eliminados entre a menarca e a menopausa.

É interessante destacar aqui que deste número de óvulos acumulados somente 400 ou 500 deles são selecionados para a ovulação (etapa que consiste entre a liberação do óvulo do ovário, caminhando até as trompas para seguir até o útero) os demais óvulos serão eliminados mais aceleradamente e consequentemente a quantidade deles diminui até chegar à eliminação total (menopausa).

Todas nós que passamos por este período lembramos bem que os ciclos menstruais (os organismos que “funcionaram” regularmente) neste período se tornaram antes mais curtos e posteriormente houve falhas mensais até a eliminação total de todos os óvulos e é este período de descontrole hormonal é o que chamamos de menopausa.

A mulher deixa de menstruar, não há mais óvulos a serem eliminados e consequentemente não existe mais a possibilidade de fecundação (gestação).

Da menarca à menopausa o fator genético também tem influencia, vale lembrar que é necessária a observação do comportamento orgânico da mãe para a avaliação do comportamento também orgânico da filha, um profissional da medicina ajudará neste quesito.

Entre os 45 a 50 anos (não falando das menopausas precoces) toda mulher viverá esta experiência ressaltando que fatores étnicos, tabagismo, cirurgias ginecológicos, históricos de reprodução, históricos ontológicos dentre outros fatores também podem influenciar.

Mitos e verdades, medos e preconceitos surgem e muitas de nós não conseguem administrar o que está acontecendo.

Antes de o último folículo desaparecer a mulher passa por diversas etapas de transformação e o climatério é o que se destaca nesta fase, não estamos ainda na última menstruação e o corpo já da sinais de que este tempo está se aproximando.

Ondas de calor o que chamamos de fogachos chegam nos deixando desconfortadamente incomodadas, nosso rosto queima como fogo, nosso corpo  parece não suportar as roupas que vestimos. Ondas que vem e passam como se estivéssemos passando por uma fogueira acessa em pleno verão escaldante.

Toda mulher passa por esta etapa, porém algumas delas não percebem os sintomas porque eles aparecem com menos intensidade sendo ou não enfatizados. 

Fatores externos também podem ser citados como influenciadores, mulheres mais ativas e dinâmicas que trabalham se exercitam que ocupam todo seu tempo com atividades tem maiores possibilidades de passar por este período sem maiores complicações.

Quem não percebeu que durante este período da vida a mulher também se torna alvo das alterações de humor? Isto acontece porque a produção dos hormônios e progesterona interfere diretamente na liberação dos neurotransmissores e estes consequentemente são a mola mestra para o bom funcionamento de todo sistema nervoso central o que pode desencadear choros, irritabilidade sem motivo aparente, perda de memória temporária, insônia e muitas das vezes até ansiedade e depressão.

Neste período da vida há também uma mudança significativa no corpo feminino, se ganha mais peso, há o ressecamento vaginal, perda da elasticidade e dores durante o ato sexual, os órgãos genitais se tornam “menos atrativos”, há as alterações na pele e também nos cabelos e unhas e a grande vilã de todas elas  é a perda total ou parcial da libido fator que é gerenciado pelo estrogênio (hormônio que caracteriza o feminino) são as mais corriqueiras.

A fragilidade óssea o qual podemos chamar pela conhecida osteoporose se torna mais evidente o fluxo sanguíneo fica mais lento o que pode ocasionar doenças cardiovasculares como o infarto e a trombose.

Como em qualquer etapa de nossas vidas a menopausa também pode passar e aquém de qualquer complicação ela pode nos beneficiar, pois estando todas nós preparadas para enfrentarmos este período com tranquilidade, consciência e conhecimento teremos mais chances de nos precaver das intempéries desta fase.

É válido lembrar que a menopausa é um período de adaptações, a mudança de alguns fatores genitais podem ser contornadas, a ajuda de um profissional como o sexólogo clinico pode ser fundamental pois ele vai instruir no conhecimento e manejo das melhores formas de se viver e vivenciar a vida sexual e a sexualidade plena evidenciando que a tranquilidade originada por uma gestação não desejada o que não mais ocorrerá depois da menopausa pode ser positiva e aproveitada ao máximo.

A falta de esclarecimentos explicito sempre existirá, mas se usarmos das reproduções hormonais, da alimentação saudável e balanceada, da prática de exercícios físicos moderados e direcionados para este período de vida vamos ajudar em muito, pois todos estes benefícios influenciam no controle das ondas de calor, na redução da secura vaginal, na alteração do humor o que vai melhorar em muito o bem estar tanto físico quanto mental e consequentemente resgatar a libido possibilitando significativamente  a diferenciação da qualidade de vida e um bem viver totalmente sublime.

Pense nisto.

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

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