Câncer de mama

 Outubro, o mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde para a conscientização da importância  que precisamos dar ao Câncer, principalmente ao câncer de mama que está classificado como o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo inteiro e a incidência maior está entre as mulheres (homens também podem desenvolver câncer de mama)  com uma equivalência de 22% de casos novos da enfermidade por ano.
As causas estão relacionadas à vida reprodutiva da mulher, a menarca precoce, anticoncepcionais, a primeira gestação, terapia de reposição hormonal, menopausa tardia dentre outros fatores que influenciam no desenvolvimento da doença.
Temos que mencionar que a idade da mulher é o mais importante fator de risco, até os 50 anos os fatores de incidência aumentam consideravelmente ao passo que após esta idade a ocorrência é mais lenta, porém não descartada.
Com a perspectiva de vida cada vez  maior o risco de mulheres com mais de 65 anos contraírem a doença está cada dia mais crescente, certa de 11 vezes maior e de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) nos dias atuais a cada três mulheres, uma contrairá a doença.
O câncer de mama é uma doença que se manifesta através de um tumor que se instala nos ductos e tecidos mamários, dentre os sintomas mais comuns estão o aparecimento de nódulos endurecidos e fixos, coceira na mama afetada, vermelhidão, além do aparecimento de uma secreção nos mamilos.
Os nódulos podem não serem percebidos e o autoexame ajuda a mulher perceber qualquer tipo de anormalidade precocemente.
O hábito de observar as mamas desde que elas surjam na menina-moça deveria ser costume cultural e ensinado desde a mais tenra idade como tocá-los.

Esta atitude é de extrema necessidade e pode inclusive salvar a vida da mulher por ter sido precocemente tratada.
Todo tipo de câncer esta relacionado ao estilo de vida e hábitos das pessoas e a idade é um fator de risco, quanto mais idade se tem mais suscetibilidade tem a mulher.
Outro fator de risco está na falta de esclarecimento, mulheres com idade mais avançada normalmente tiveram uma educação mais rígida e preconceituosa, não aprenderam a se tocar e naturalmente não o fazem nesta etapa da vida, quando por ventura há um aparecimento de algum tipo de nódulo e este não se manifestar de alguma forma a enfermidade terá chances de se desenvolver e quando se manifestar poderá ser “tarde de mais”.
Diagnósticos tardios têm consequências trágicas, porque a da saúde da mulher idosa normalmente está fragilizada nesta etapa da vida e o aparecimento do câncer pode comprometer ainda mais.
Nestes casos o mais indicado é que seja feito exames periódicos e a conscientização da necessidade do autoexame como prevenção, ensinar a mulher a quebrar o tabu e tocando-se adequadamente ela poderá sentir algum tipo de alteração manifestada pela doença.
Outra medida preventiva é mostrar a esta população feminina o quão é necessário procurar ajuda assim que descobrirem alguma anormalidade em suas mamas, “deixar passar alguns dias para ver o que de verdade seja” não é uma boa medida, como já mencionamos procurar ajuda rapidamente e neste caso um mastologista poderá ser sinônimo de cura se não total pelo menos parcial da enfermidade e consequentemente a melhora da qualidade de vida daquela que precisa do tratamento.

Não podemos deixar de ressaltar  que a cada ano a incidência entre as pessoas com mais de 65 anos, mulheres idosas, tem crescido consideravelmente e somente a prevenção não cura a doença manifestada, é necessário o tratamento adequado e que seja  dentro das possibilidades de saúde da paciente.
O câncer ainda é considerado um tabu para a população idosa e ainda maior este tabu quando o câncer pode afetar as mamas ou algum órgão reprodutor tanto feminino quanto masculino.
Lembro-me claramente de quando era criança meus avós nem se quer mencionavam o nome da doença, se por ventura algum familiar contraísse câncer esta enfermidade era anunciada aos demais parentes como “aquela doença”.

O medo de contrair a doença por ser na época fatal era tamanho que eles imaginavam que o simples fato de mencionar a palavra câncer “Deus castigaria e esta pessoa também poderia ser a próxima vítima”.
No meio clínico quando diagnosticado a doença normalmente o médico responsável chamava um membro da família e juntos decidiam se contar ou não ao paciente seu real diagnostico, em muitos casos (ainda lembro-me bem) o paciente portador do câncer era privado da informação real e familiares e médicos responsáveis eram quem tomavam todas as decisões a respeito dos procedimentos necessários.

O paciente era “enganado” porque achavam melhor não saber uma vez que a “sentença de morte” já estava determinada.
Na atualidade o direito de conhecer seu próprio diagnostico e tomar as decisões devidas é preservado pela proteção dos direitos dos idosos, uma vez que este tenha capacidade raciocínio e suas funções cognitivas em perfeito uso.
Caberá ao idoso sobre a orientação do médico responsável decidir qual a forma de tratamento e os métodos menos agressivos a serem tomados.

Familiares, amigos e cuidadores neste momento serão aqueles que estarão ao lado, ajudando no entendimento da situação, apoiando nas decisões.
O fato do tratamento do câncer em idosos ser totalmente diferente da dos adultos pelo fato de riscos de descompensação de algumas doenças pré-existente é necessário que se tenha confiança no médico escolhido, e principalmente que dê a idosa o direito de acreditar na possibilidade de cura.
Poupar a idosa de conhecer sua atual situação uma vez que ela tenha discernimento de decisão é tirar dela o direito de refletir e decidir sobre sua finitude.  Nesta etapa da vida as reflexões sobre sua realidade são  necessárias e ricas porque nestes casos o enfrentamento da situação pode inclusive fazê-la “lutar” para sobreviver.

Pense Nisso

Gilwanya Ferreira CRP 04/42417

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