De repente e estranhamente somos pegos de surpresa por uma determinação da Organização Mundial de Saúde em que nos “obriga” ficar em casa, nos isolarmos de nossos entes queridos, de nossos amigos, de nossos colegas de jornada como se estivéssemos pré-determinados “a morrer” ou “a matar”, mas será que de verdade “tudo isso” está mesmo acontecendo e de verdade todo este “alvoroço” é mesmo necessário?

Não temos como “provar” toda esta incerteza que ronda o planeta Terra, são várias as hipóteses, são hipóteses ainda não confirmadas, nada de concreto alguém diz.

Ainda estamos vivendo um conflito interno de indecisões que não nos ajudam em nada, ainda estão sendo feito pesquisas, comparações e estudos para que possamos “nos livrar” deste vírus que assola nosso mundo, mas ainda tudo está muito vazio.

Compreendemos claramente que NÃO DEVEMOS SAIR DE CASA, compreendemos que o mais recomendável é o tal FIQUE EM CASA, mas como assim? O que podemos fazer quando a necessidade supera a determinação? O que fazermos quando a necessidade supera a “agonia” ou mesmo o sentimento de angustia daquele que vive sozinho e tinha em suas atividades “fora de casa” a distração necessária para a saúde mental e até mesmo física?

São perguntas que hoje assolam pessoas de todas as idades que vivem sozinhas e que pelo fato das adversidades atuais estão impedidas de seguirem suas rotinas diárias.

É preciso reinventar-se a cada dia, é necessário criar novos valores e novos caminhos para cada amanhecer fortalecer o passar do dia e quando anoitecer sentirmos bem, com mais vigor e esperançosos de que quando tudo isso passar com certeza teremos criado novos hábitos, hábitos mais saudáveis que nos vão acompanhar pelos demais anos que vivermos.

A hora é agora, precisamos ter consciência de que situações criadas, fatos inesperados da vida chegam para nos fortalecer ainda mais e que se tivermos tranquilidade para aceitarmos estas “imposições” teremos mais chance de vencer. A vida nos mostra o caminho e ela mesma nos sujeita a termos coragem para encontrarmos soluções além dos problemas.

Agora é a hora de entender que temos mil possibilidades de nos reinventarmos (a maioria de nós) porque ainda somos seres pensantes e temos grandes chances de encontrarmos na leveza das decisões as soluções mais viáveis para o momento.

Sabemos que a satisfação pessoal é aquela que diretamente está ligada a tudo que nos faz bem. De uma forma ou de outra sempre buscamos nosso prazer em viver a aquilo que o nosso bem estar exige, um bom ambiente, um bom passeio, uma boa companhia, um bom filme etc. é uma exigência nata daqueles que passam anos e anos vivendo sobre as “regras” da vida e de repente se veem “livres” das obrigações do cotidiano e se reinventam para o bom deleite da vida.

Mas agora tudo mudou, não mais podemos passear, viagens que foram agendadas precisaram ser canceladas sem data para remarcação, a nova atividade física naquela academia nova que abriu e era tão atrativa não será mais possível porque ela também está fechada, as saídas para a caminhada estão restritas e se ainda saímos precisamos nos cobrir de cuidados como o distanciamento, uso de máscaras e as demais exigências higiênicas sugeridas.

É amigos, agora mais do que nunca a coragem é nossa maior aliada para nossa qualidade de vida, ela é a peça chave para novas decisões e novas atitudes para que neste ringue de luta diária chamado vida possamos ser os campeões.

Agora é a hora de darmos valor ao ambiente que estamos, seja ele nossa casa, ou quiçá o lar que estamos vivendo, é preciso olhar para os lados e tentar encontrar prazer nos prazeres nunca vistos neste lugar, definir o que fazer e colocar em prática, tudo será mais prazeroso quando visto com amor.

Sabe, eu sei que muitas das vezes quando precisamos nos reinventar passamos por dores que não conhecemos, às vezes choramos de tristeza, mas tudo isso faz parte do processo de evolução do projeto, é assim que precisa ser, é este o caminho que vai nos mostrar que nenhuma dor nos derruba quando estamos decididos a não desistir de viver e viver bem, afinal, ficar em casa também tem seus pontos positivos não é?

Agora é a hora de reinventar-se, de procurar quem sabe nas redes sociais ou com uma vizinha, com a neta(o) de sua amiga uma nova maneira de exercitar-se, de criar novas ideias para seu bem viver,  não faz mal “copiar” a ideia do outro quando esta ideia vale a pena, somos hoje um povo só, somos hoje um mundo só, ligados pelo amor à vida estamos todos reinventando novas maneiras de viver e conviver nunca antes vividas lembrando que o caminho hoje tomado fará grande diferença nos demais anos de sua vida, a mesmice não faz bem a ninguém.

Lembrem-se dos tempos de criança, não tínhamos recursos para brincar, dos gravetos fazíamos mil coisas, das espigas de milho saíam lindas damas de cabelos loiros, amarelos como o sol, das madeiras velhas eram criados grandes carros de corridas que faziam sucesso com os nossos amiguinhos, das meias velhas da vovó bolas de futebol incríveis, tudo era reinventado, tudo era criado como fruto de nossa imaginação, éramos os reis da reinventação, então porque não agora tentarmos nos reinventar também?

Este é o tempo que o tempo esta nos dando para darmos valor ao tempo que temos para nós mesmos, um tempo de nos olharmos e enxergar o quanto somos pessoas capazes de superar as adversidades da vida com muita criatividade como tantas outras já enfrentadas, que temos e podemos ter jogo de cintura para ainda ligarmos o rádio e darmos boas risadas com os passos de dança acompanhados pelas lindas “vasouras” que temos penduradas, que quando tivermos vontade de chorar, assistir um bom filme triste e chorar muito “culpando” as cenas do filme, mas se o caso for sonhar, porque não um romance à moda antiga? Hoje temos mil e uma maneira de conseguir tudo que precisamos a toque de um dedo não é verdade?

Então, vamos tentar nos reinventar a cada dia, reinventar faz-nos crescer, nos dará um valor maior ao aprendizado, nos mostrará novas possibilidades de descobrirmos novos caminhos e após cada conquista sairemos com a sensação do dever cumprido e a satisfação de sermos seres ainda capazes de movimentarmos a ponto de dizermos:

VIVA! Reinventei-me …

e deu certo.

Pense nisso!

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417.