Significado da dor física depois dos 50 anos

Nosso corpo de certa forma está “programado para funcionar” durante alguns anos de nossas vidas depois de nosso nascimento alias, depois de nossa fecundação. 
Tudo começa a trabalhar ininterruptamente 24 horas por dia, 365/6 dias por ano. 
Incansável esta “máquina” como qualquer outra chegará a um momento que precisará de “reparos”, máquinas precisam ser lubrificadas, alimentadas, manuseadas adequadamente, além de outros cuidados básicos como, refrigeração, higienização, prevenção etc.. 
Nosso corpo não diferente, também precisa de boa alimentação, uma boa lubrificação, manutenção, refrigeração, cuidados básicos etc.

Mesmo com todo cuidado com o avançar dos anos a degeneração é inevitável, ficando este corpo mais vulnerável ao aparecimento de tensões, dores musculares dentre outros. 
Sabemos que à medida que a idade vai avançando e mesmo com todo um cuidado a perda de tecido muscular e ósseo é gradativa e todo nosso organismo estará sujeito ao aparecimento de sintomas que levam a um desconforto geral causando dores, insatisfação dentre outros que podem levar à incompreensão, a depressão, a angustia, fazendo com que o sujeito se sinta totalmente incapaz de suportar tais mudanças.
Verificamos que no avançar da idade a perda do tecido muscular, particularmente quando o sujeito foi mantendo ao longo dos anos uma vida com pouco exercício físico acarretará alguns reflexos que podem potencializar o aparecimento de artrose que é uma doença degenerativa que pode acometer todas as articulações principalmente mãos, coluna e joelhos. Podemos citar também doenças como a fibromialgia, que é uma síndrome reumática e dolorosa que afeta os tecidos fibrosos e causam dores intensas nos músculos e a osteoporose que é o enfraquecimento dos ossos levando à fratura do mesmo. Estas dentre outras, são os maiores causadores de dores intensas que consequentemente necessitarão de um cuidado especial quanto ao manuseio do seu próprio corpo, pois nestes casos, a estrutura corporal ficará bastante fragilizada.
A recomendação nos dias atuais é “nadar contra a maré”, ir contra o inevitável, praticar exercícios físicos adequados à idade, ter uma alimentação saudável e balanceada e para aqueles que ainda são  mais jovens, apostar em manter uma vida saudável atentando-se na juventude e na idade adulta lembrando que melhorando a qualidade de vida desde a infância e mantendo este propósito poderemos envelhecer de uma forma consciente e saudável e quando já estamos na idade madura atitudes positivas podem fazer uma enorme diferença.
Não é segredo que cada um suporta a dor física de uma forma, alguns conseguem passar uma vida inteira sentindo dor, porém o que esta em questão é a forma com que cada um dentro de sua subjetividade consegue encarar sua dor, variando de acordo com suas crenças, valores, cultura, religião e até mesmo de acordo com o histórico de vida de cada um.
Dor é dor sempre, mais forte ou mais sutil, todas são consequências de que algo não está bem em nosso organismo. Respeitar os próprios limites é sem dúvida fundamental para garantir um envelhecimento saudável.

Precisamos lembrar que, na idade madura, quando o sujeito tem mais de 60 anos, dores são na maioria das vezes consideradas “normais”, porém ressaltamos que de acordo com estudos realizados ficou comprovado que “Por mais que doenças crônicas de saúde, as dores que perduram por mais de três meses e que geram dor intensa  acompanhem o processo natural do envelhecimento, a dor não pode ser uma consequência natural no processo de  envelhecimento.” É nosso dever prestarmos atenção à qualquer que seja o sintoma de dor queixado pela pessoa idosa.

A Psicogerontologia explica que a dor física tem componentes biológicos e psicológicos distintos que estão representados como estímulo e resposta. O sofrimento resultará das respostas psicológicas e emocionais e da forma que cada um interpreta sua dor.
A superação pode vir através da conscientização de que “certos estímulos externos” não devem interferir nos sentimentos, “cada um sente diferentemente sua dor”, isto é fato e desta forma o sofrimento emocional aumentara a carga de estímulos e consequentemente o “tamanho da dor física”. 
Frases absorvidas durante os longos anos de vida tais como: – “Você é fraca (o), não aguenta nada, reclama de mais, só podia ser com você, a (o) dodói da casa, você bem que poderia ser mais forte, etc.” farão com que o sujeito associe sua dor à fraqueza emocional. 
Os fibromialgícos em especial são pessoas que tem um limiar de dor naturalmente rebaixada, estímulos que naturalmente não causam dor a outras pessoas, para este grupo de pessoas é causa de um sofrimento inigualável além de que, o emocional afetado pelos estímulos externos interfere na transmissão positiva das informações dadas, causando assim um desconforto o que gera a dor maior.
Com tais estímulos externos negativos o controle interno se torna impossível de suportar, diminuindo a capacidade de percepção e de respostas positivas que possam aliviar tamanho sofrimento.
Portanto o que temos que fazer em relação a nossas dores, é recuperar progressivamente e continuamente nossa autoestima em primeiro lugar e seguidamente, dar ênfase ao que sentimos não nos importando com a opinião alheia.
Não temos como não sentir dor, faz parte de nossa vida, é uma condição humana, porém entender que entre os estímulos que provoca a dor e a forma como respondemos à nossa percepção haverá a oportunidade de resposta, a nossa resposta, o que pode significar a mudança, a grande mudança que nos permitirá transformar estímulos negativos em positivos, agravantes em facilitadores e assim além da obtenção de uma nova condição de vida também a reformulação da nova visão do que podemos chamar de dor. 
A Psicogerontologia com ênfase na abordagem Cognitiva Comportamental poderá ajudar na conscientização e na necessidade da mudança de comportamento para obtenção de melhores resultados na busca de um conforto peculiar.
Otimizar o sofrimento e consequentemente nos capacitar a um conforto único e pessoal vai nos ajudar a termos um envelhecimento com maior qualidade de vida e um bem viver totalmente diferenciado.

Pense nisso,

Só você poderá fazer diferente.

Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417

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