Então chega um momento de nossas vidas em que tudo parece estar muito distante, as emoções que foram vividas na juventude, as alegrias que foram compartilhadas, as sensações de prazer e desprazer, tudo, tudo ficou para trás, os filhos cresceram, as expectativas não são as mesmas, a vida não tem mais cor, agora é cinza, sem graça, monótona.
É o tempo do envelhecimento, é o tempo da passagem das perdas do sentimento de solidão… Mas isso é fato?
Claro que não!
Chegou o instante que aquele olhar sem brilho brilhou outra vez que
aquelas mãos frias buscaram o calor de outras mãos, chegou o momento que
aqueles lábios aparentemente sem vida se refizeram dentro de outros lábios e os
corpos que já sem viço reviveram nos laços dos fortes abraços vividos no
deleite do prazer…
E assim outra vez a vida se
fez, o amor renasceu como fênix e sem perceber uma nova condição se faz.
O velho não se sente velho,
ele assume sua idade e encara sua juventude plena, ele luta pelo seu direito de
viver e continuar vivendo o sentimento mais puro nomeado de amor.
Ele se lança nesta dança balançando a anca sem nenhuma cobrança como criança e cheio de confiança ele sabe que quer apenas amar.
E assim renasceu um novo ser, nasceu o envelhescente, nasceu a
envelhescência.
Um período de vida onde
tudo é consentido, onde os prazeres não precisam ser contidos, onde todo sonho
é possível, mesmo os impossíveis, um período em que o romantismo é moderno, as
risadas se transformam em gargalhadas e que o proibido agora é permitido.
É a perfeita junção do envelhecimento e o retorno à adolescência.
E ouse quem dizer que o
amor não pode ser. Que o amor não pode ser vivido em qualquer idade se atreva a
afirmar que este sentimento não tenha tanto argumento que na melhor idade ele
também não possa aflorar.
São as loucuras do amor,
loucuras doces e conscientes loucuras que são como travessuras que sem frescuras
levam ambos ao deleite das gostosuras… Ah estas loucuras!
Loucuras da envelhescência
que sem o medo da indecência tem a abrangência incomum de um mundo sem
fronteiras, de um mundo onde a advertência não sustenta a aparência, porque os
novos envelhescêntes não precisam de audiência, pois sozinhos se sustentam sem
carência nem clemência.
São as loucuras
efervescentes de uma nova etapa nomeada de envelhescência, idade tão “caliente”
quanto a adolescência e que leva estes novos seres se tornarem novamente
barulhentos desafiando a resistência porque querem viver com ardência.
É assim a nova
envelhescência, é assim que pode ser as loucuras desta fase da vida que precisa
ser vivida para que cada emoção traga vida e mais vida a vida que precisa ser
vivida.
São as loucuras… As doces
loucuras da envelhescência…
Pense Nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417