A Perda de memória é comum quando envelhecemos?

A memória é dividida em três componentes: a imediata, a intermediária e a remota.

A imediata diz respeito a fatos recentes próximos (de horas e poucos dias), a intermediária diz respeito a fatos de semanas e meses e a remota se refere a fatos antigos do passado.

Há uma tendência a se ter dificuldade em reter fatos recentes com prejuízo das memórias imediatas e intermediárias na terceira idade. Por outro lado, as recordações de fatos antigos permanecem intactas.  Esta situação é considerada normal.

O esquecimento de fatos recentes não é considerado uma doença e sim um fato absolutamente normal para a idade sendo denominado “lapso de memória”.

O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações químicas e os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se instalar em nosso “banco de dados” daí a sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que tem pouco tempo para se instalarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada por razões relacionadas às variações do estado emocional ou à problemas de ordem física.

A perda de memória pode estar associada com determinadas doenças neurológicas, com distúrbios psicológicos, com problemas metabólicos e também com certas intoxicações.

A forma mais frequente de perda de memória é conhecida popularmente como “esclerose” ou demência.

A demência mais comum é a doença de Alzheimer que se caracteriza por acentuada perda de memória acompanhada de graves manifestações psicológicas como, por exemplo, a alienação.

No acidente vascular cerebral e nas encefalites também podem ocorrer problemas em diversas fases da memória.

Após um traumatismo craniano  pode ocorrer a denominada amnésia, uma lacunar que é quando a pessoa não se recorda do acidente e de fatos que ocorreram imediatamente antes do mesmo.

Estados psicológicos alterados, como o estresse, a ansiedade a depressão e a angustia também podem ser fatores de alteração da memória.

A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes e com frequência estão associados a problemas de marcha (equilíbrio ao andar) e confusão mental.

Doenças da tireoide, como o hipotireoidismo é também um grande vilão para comprometimento da memória. O uso de medicação tranquilizante (“calmantes”) por tempo prolongado provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação que pode ser confundida com uma demência.

A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como as dietas sem acompanhamento de um nutricionista também é um fator que favorece a perda de memória principalmente quando se está na idade madura.

A diminuição da memória que ocorre na terceira idade na grande maioria das vezes inclusive é vista como absolutamente benigna, porém frequentemente por falta de informação adequada o idoso começa um processo de angustia profunda porque sem entender o que esta acontecendo ele tem enorme dificuldade de aceitar tal situação como um fato normal e sua reação imediata inclusive passa a ser o isolamento como defesa.

Nestes casos é inevitável o esclarecimento dos fatos usando palavras de fácil compreensão e muito carinho para que o idoso em questão aceite o que se passa, compreenda e comece utilizar uma agenda para as anotações dos fatos recentes. Entendendo que é algo normal o idoso pode conviver satisfatoriamente com o problema aceitando sua condição e consequentemente ter uma qualidade de vida a partir deste fato totalmente diferenciado dos que não aceitam ou não compreendem o que está acontecendo.

A junção dos profissionais da saúde como da psicologia, da medicina, da fisioterapia, do nutricionista, terapeutas ocupacionais dentre outros podem ajudar em muito na melhora do sujeito, pois cada um pode usar os recursos que lhes são confiados para que o sujeito em questão possa mudar o percurso de vida para um estado bem mais aceitável e consequentemente agradável de viver.

Em se tratando de pessoas com mais de 45 anos o Psicogerontólogo profissional da psicologia especializado no atendimento deste público alvo usando de técnicas da abordagem cognitiva comportamental ajudará na estimulação da memória com vários exercícios tais como os de memorização, treinos das funções cerebrais, jogos de estímulos sensoriais, dentre outros que vão melhorar diferencialmente a qualidade de vida do sujeito e consequentemente ele terá um bem viver totalmente diferenciado.

É importante que familiares, amigos, cuidadores estejam atentos a quaisquer mudanças de comportamento quanto à perda de memória.

Vale lembrar que é necessário ter um cuidado especial quando for necessário “testar” seus idosos, é preciso que seja feito de forma sutil para que o idoso não se sinta ofendido ou mesmo se magoe com tal situação pois estes testes tem como intuito descobrir se está mesmo acontecendo a perda gradativa de memória e caso seja confirmado o ideal é que se busque um profissional da saúde para que seja imediatamente iniciado alguma forma de tratamento para que esta perda não se acelere prejudicando inclusive o sujeito no que diz respeito às lembranças necessárias para uma boa qualidade de vida.

 

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

 

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