Estupro, Quando ele acontece com o idoso

Um tema polêmico e extremamente revoltante é o estupro na velhice. Diferente do que se pensa o estupro na velhice acontece e o crescente número de casos chega ser assustador.
Normalmente o estupro acontece em mulheres de idade superior a 50 anos e relatos dizem que na maioria das vezes as vítimas são primeiramente agredidas, violentamente espancadas e em muitos casos também roubadas e tudo isto acontece nas suas próprias casas uma vez que morando sozinhas se tornam digamos “presas fáceis”.
O perfil do estuprador é homem de idade entre 19 e 45 anos, normalmente solteiros ou sozinhos, com grau de instrução inferior ao mínimo considerável alfabetizado e normalmente provem de famílias desestruturadas onde a falta de respeito e o amor entre os integrantes familiar não existe.
O Estupro tem sérias consequências e na maioria das vezes não chega a ser denunciado por vergonha ou até mesmo medo.

É uma situação totalmente constrangedora e afeta o ser fragilizado e tal atitude inclusive pode ser a causa principal do extermínio da própria vida.
Em casos onde não ocorreu o assassinato ou o próprio extermínio a recuperação do trauma adquirido é dolorosa e requer ajuda de um profissional da psicologia, preferencialmente um psicogerontólogo por ser aquele que esta diretamente ligado aos problemas que envolvem os idosos.
O atendimento deve ser em forma de acolhimento, precisa haver técnicas que envolvam seriedade e carinho sobre o tema com abordagem sutil onde a vítima se sinta confortável e confiante para desabafar, derrubar e reconstruir novas formas de recomeçar a nova fase da vida que precisará agora viver.
Sabemos que para a vítima o fato de ter sido violentada agride sua educação conservadora e a necessidade de relatar o fato a policiais principalmente se forem do sexo masculino poderá significar algo tão doloroso e traumatizante quanto o ocorrido. Neste momento é preciso que se tenha estremo cuidado, usar policiais femininas e que usem de abordagem leve, que respeitem o tempo de cada um e que consigam extrair depoimentos e até mesmo denuncias sem afetarem a integração moral da vítima.
E para quem pensa que estrupos acontecem apenas com mulheres idosas, enganam-se, estupros também acontecem com homens idosos, eles também estão suscetíveis e nestes casos o agressor geralmente é homossexuais, dependentes químicos, usuários de drogas lícitas e ilícitas dentre outros e a faixa etária se compara ao estuprador feminino.

É muito difícil para um idoso enfrentar tal situação e em ambos os casos o sentimento de abandono, de imoralidade, de ter se tornado um ser imundo invade o seu sentimento tornando-se muito difícil de superar  e em consequência o próprio idoso  acelerara o processo de desamparo isolando-se de seus familiares ou daqueles com quem ainda convive causando danos irreparáveis tanto a saúde mental quanto física da vítima.
Aqui estamos falando apenas dos danos morais que já não são poucos acontecem também danos físicos e financeiros, os danos físicos são em consequências das agreções, socos, pontapés, tapas, usos de instrumentos cortantes e até mesmo acessórios de sex shop são usados para ferir.
Danos físicos e comportamentais também estão listados e vêm em forma de pesadelos, muitas das vezes mudanças de comportamento torando-se um idoso (a) agressivo, rude para com os outros, perda do apetite, em alguns casos perturbações do controle dos esfíncteres, dentre outros.
O medo também passa a partir do ocorrido fazer parte da vida do sujeito e em consequência a vítima se torna alguém arredio mostrando-se desinteressado pelo mundo que o cerca se possível for usará mais “drogas” para servir de “alívio” da dor sentida e todo este quadro o levará a um estado de ansiedade e até mesmo de depressão.
Os danos financeiros veem em forma de roubo, dinheiro ou bens adquiridos, alguns tão significativos que ferem tanto quanto o acontecido e a perda do dinheiro acumulado poderá ser um fator de grande desequilíbrio, pois dependendo do idoso que foi lesado todo dinheiro acumulado era uma forma de garantir um futuro mais tranquilo na idade que hoje vive.
A necessidade da denuncia é muita das vezes “descartada” devido ao constrangimento que a vítima poderá viver após denunciar o fato. Muitas das vezes ao pedir ajuda a alguém conhecido ou mesmo familiar a idosa ou idoso passam pelo “vexame” de ser debochados pelo fato de ser idoso e que uma mulher idosa ou um homem não serem mais seres sexuados e que ao serem estuprados o fato será considerado como ser um momento de insanidade mental do estuprador.
Este e outros estigmas são vividos e sentidos pelas vítimas causando danos também significativos no que se refere ao psicológico das vítimas
Portanto o caminho necessário a seguir para as vítimas de estupro nem sempre é fácil, porém deve ser e precisa ser um caminho leve porque o fato em si já foi torturante o suficiente para arrancar além das lágrimas outros sentimentos tais como autoestima, coragem para seguir, força para manter-se firme dentre outros.
É necessário incondicionalmente que tanto os familiares quanto cuidadores fiquem atentos a qualquer mudança de comportamento do idoso, qualquer que seja ela é um “sinal silencioso” que a vítima emite a aquele que precisa pedir ajuda.
A ajuda e compreensão de familiares, cuidadores, órgãos públicos é de suma importância uma vez que mesmo sendo de extrema necessidade o interrogatório do fato ocorrido é necessário que este seja feito respeitando o tempo de cada cidadão e sua subjetividade.

Que seja oferecido a esta vítima um apoio psicológico e a clareza e certeza de que ele não será “acusado” nem mesmo “criticado”, porque muitas das vezes o apoio familiar e a compreensão ajudará paralelamente o acompanhamento psicológico, pois se sentindo “protegido” a vitima idosa consegue absorver melhor todo caminho sugerido” pelo profissional da psicologia para uma nova jornada de vida.
A dor física pode passar, porém a dor moral pode acompanhar a vítima por toda vida, no entanto entender que esta sendo apoiada, que estará sendo protegida ajudará a vítima idosa a ter novamente esperança de dias melhores, acreditar que o fato ocorrido não acontecerá novamente e manter seu ciclo de amizades também é outro fator positivo para a superação do trauma.

Falar sobre o ocorrido se sentir necessidade pode também ser positivo, pois o “desabafo” para com aquele que se confia age com bálsamo para qualquer dor.
Não se sentir culpado pelo ocorrido aceitando a ajuda tanto dos profissionais da psicologia, da medicina, dentro outras áreas quanto dos familiares, amigos e cuidadores é de grande relevância, pois a união de todos fortalecerá ainda mais a crença de que dias melhores chegarão e que o ocorrido poderá inclusive “ser trancado” em uma gaveta e nunca mais ser aberto.
Portanto, mesmo sabendo que o estupro na idade madura é um fato infelizmente crescente na atualidade poderemos ajudar a transformar a vida da vítima em novamente “dias coloridos”, a união e o apoio de todos fará a grande diferença.
Pense nisso.

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

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