Não é porque sou idoso que preciso ser alguém cheio de doenças

Não é incomum imaginar que por ser idoso necessariamente precisa ter “algum tipo de doença”, esta ideologia é muito comum na nossa cultura, porém sabemos que esta ideia esta mudando e mudando para melhor.

A “nova geração” de idosos esta chegando e nos mostrando que querem uma qualidade de vida diferenciada da vida que seus pais tiveram, eles querem que seja bem melhor e para que isso possa acontecer estão se movimentando,  estão mudando seus hábitos,   estão se cuidando mais,  fazendo atividades físicas, adotando uma alimentação saudável, sendo adeptos  da medicina preventiva e não somente da curativa além de outras providências.

Fazer parte de uma geração de pessoas com mais de 60 anos hoje é estar em um grupo de pessoas ousadas, pessoas que não se conformam tão facilmente com as limitações provenientes do avanço da idade.  Estes sujeitos estão fazendo diferente, incrementando uma geração tão estigmatizada e provando justamente o contrário, provando que todos podem querer viver mais anos e querem viver com saúde e bem estar.

Não é porque são idosos que precisam necessariamente estar doentes, não é porque tem a idade rotulada como “entrada para a terceira idade” que precisam estar em casa sentados em uma cadeira de balanço ou em uma mesa observando apenas o tempo passar e sendo observados como pessoas inválidas ou doentes. Não, hoje é totalmente diferente, nossos “jovens idosos” devem, podem e estão nos mostrando uma nova realidade, eles hoje conseguem manter acesa a chama do amor próprio, do amor por outra pessoa e do amor à vida.

Já se foi o tempo em que a palavra “idoso” era associada à ociosidade, desânimo ou acomodação, os avanços da medicina, da psicologia e dos demais setores que apoiam e amparam   esta população tem trazido enorme esperança,  expectativa de vida e uma mudança significativa do comportamento destes sujeitos, eles querem se socializar, viajam mais, aprendem novos idiomas, frequentam clubes de convivência, eles  são pessoas antenadas na evolução tecnológica, fazem parte das redes sociais e buscam novas oportunidades até mesmo no que diz respeito à uma profissão, seja ela no mesmo ramo que atuavam ou em um novo desafio desde  que possam lhes  trazer prazer e bem estar.

A conscientização e a aceitação das condições de vida de cada sujeito faz toda diferença no que diz respeito a estas mudanças de hábitos que estamos vivendo. Idosos que aceitam com tranquilidade a sua idade, que estabelecem relações sociais e familiares positivas e consistentes, que conseguem manter o senso de humor elevado, que apesar das limitações conseguem ter e manter autonomia, que entendem e aceitam o suporte social estão contribuindo para a promoção do bem estar e consequentemente influenciando diretamente para uma qualidade de vida bem melhor, sem doenças, dores ou traumas, estes são uns dos “segredos” do bem viver.

Nos dias atuais, as mudanças são rápidas, a tecnologia nos transporta para lugares inimagináveis a cada toque dos dedos, e envelhecer hoje já não tem mais o mesmo significado que tinha no século passado, o envelhecimento hoje já não pode mais ser sinônimo de incapacidade, demência ou dependência e sim apenas de um pouco de vulnerabilidade.

Os “novos idosos”, esta geração de pessoas diferenciada que estão chegando para marcar um tempo de inovação, que querem criar, recriar, desaprender, aprender de novo um novo caminho, que querem enfrentar os novos e os eternos desafios que lhes são colocados no dia-a-dia, que querem pespontar suas próprias “conchas” com os retalhos da vida, que querem caminhar, mas que precisam eles mesmos construir suas estradas. Esta nova geração, uma geração de pessoas com mais idade não precisam mais necessariamente ser pessoas doentes, incapazes, sem vontade, eles estão ai, estão nos mostrando exatamente o contrário daquilo que estamos acostumados.

Eles estão vivendo cada dia deixando-se encantar pela própria vida e pela alegria de poder viver mais e com mais saúde, estão buscando o bem estar.

Eles estão enfrentando novos desafios, viajando mais e adquirindo mais cultura, estão aprendendo novos pontos para os “bordados” da vida que vivem e mudando suas vidas para melhor.

Estão fazendo de cada momento momentos únicos, transformando-se a cada dia e podendo ter a liberdade de ser vários seres dentro de uma só pessoa e nos encontros dos seus próprios desencontros transformarem suas próprias existências.

Ser idoso, ter mais idade, estar na terceira idade, são apenas títulos que a sociedade criou, porém envelhecer é ter passado pela vida anos e anos e ter podido ultrapassar barreiras, etapas, ter acumulado tantas experiências. É ter tido anseios e desejos que foram ou não realizados, é ter a oportunidade de presenciar acontecimentos, nascimentos e mortes, é ter vivido. É estar hoje com 60, 70, 80, 90, quiçá 100 anos e estar aqui, estar aventurando uma existência, estar cultivando novos dos velhos valores que a vida impôs, mas é também estar fazendo diferente e provando a cada instante que podem mudar os rumos da vida que querem viver.

Não importa os anos que vivamos, não importa os anos que temos o que importa é que possamos fazer diferente do que fizeram nossos pais ou nossos avós, que tenhamos hábitos saudáveis, que cuidemos de nossos corpos, de nossas mentes como quem cuida do maior tesouro, que nossas condições sociais nos deem tranquilidade para termos um viver diferenciado, que nosso ciclo de existência possa passar e deixar “marcas” para aqueles que ficarem ou para aqueles que conosco puderam conviver até que chegue o momento de findar o circulo natural da existência humana.

Não é porque é considerado velho que necessariamente seja rotulado de doente, pelo contrario, hoje nossos idosos são pessoas saudáveis tanto quanto em qualquer idade e se forem vistos e respeitados dentro de suas limitações naturais podem ser muito produtivos.

Ganhar alguns anos de vida é como ganhar um concurso de sorte, é ganhar idades nos anos que se passam, é ser mais sábio naturalmente pela observação da vida, é reprogramar o programa prescrito. É ser um ser e ser saudável como se quer ser.

Pense Nisso

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

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