Desarme-se de quem hoje você é para um novo ser renascer.

Certamente muitos farão a pergunta:

– Por que desarmarmos de quem somos?

É interessante quando compreendemos que a vida em seu ciclo natural nos encaminha para situações que muitos de nós não conseguimos superar ou pensamos que conseguimos.

Desde muito pequenos somos postos a provas que são caracterizadas como crescimento e amadurecimento.

Somos separados de nossos pais por várias razões, separados de nossas mães quando saímos de seu ventre tão aconchegante, separados pela união da amamentação quando é necessário o desmame, separados por apenas algumas horas porque eles trabalham, separados por dias quando eles viajam, separados por meses ou anos quando eles no seu entendimento paternal nos “internam” em escolas para que cresçamos com mais cultura, sabedoria e quiçá mais maduros.

Não há como fugir de tantas armadilhas que a vida nos prega, é o curso natural da própria existência.

Crescemos, nos tornamos adultos, temos nossos próprios filhos (ou não) e as separações continuam acontecer com a mesma naturalidade daquele nosso tempo de criança, agora separamos de nossos pais, alguns de nós para sempre, separamos talvez daquele que imaginávamos ser nosso “grande amor”, separamos de nosso animalzinho de estimação, separamos de nossos filhos quando eles alçam seus primeiros voos, separamos.

Separamos pela vida, pela morte, pela alegria e também pela tristeza, tudo, absolutamente tudo em nossas vidas se resume em “dias de provas” e neste caminhar algumas vezes somos “obrigados” a nos “armar”, nos “fantasiarmos de super heróis” para que possamos seguir a vida e conseguirmos vencer cada batalha que enfrentamos e mesmo assim manter a cabeça erguida.

Não é fácil ser “gente de bem”, não é simples conseguir “um lugar” neste mundo tão competitivo, principalmente na atualidade onde a competição muitas das vezes se torna acirrada e injusta. É preciso ter garra para chegar onde queremos chegar.

Mas, e quando já alcançamos uma determinada idade?

O que podemos fazer para amenizar os “efeitos colaterais” de uma existência vivida?

Eu digo que é preciso ser ainda mais corajoso, é necessário encarar os novos desafios tendo a certeza de que chegará um momento em que tudo mudará e que a vida é algo inteiramente cúmplice quando sabemos lidar com todos as intempéries que ela nos oferece, porém por termos passado por várias etapas de aprovações não temos como não nos sentirmos  em um estado de “sempre alerta”.

Em cada etapa que vivemos nós nos permitimos receber da vida tudo que nos vem de uma maneira muito peculiar, quando somos crianças sem termos opções somos levados de “um lado para o outro”.

Na juventude somos impulsivos e dificilmente enxergamos algum tipo de impedimento para que possamos abraçar tudo que nos chega com infinita energia.

Os jovens são como o sol que amanhece todos os dias com o mesmo “poder” de clarear a vida.

É lindo acompanhar esta etapa tão significativa de um ser em desenvolvimento.

Na idade adulta nos deparamos com os compromissos, as responsabilidades se multiplicam, é a hora de nos armarmos ainda mais e é também nesta etapa que passamos a ser mais cautelosos e seletivos em nossas atitudes e escolhas mesmo não perdendo o encanto daquele jovem que chegou até aqui e ainda mantém a mesma “luz do sol” que um dia brilhou tão intensamente.

Agora é a vez da idade madura, ela lentamente começa a se aproximar, chega a tão temida “velhice”.

O calendário é implacável, em nossos corações nos sentimos em muitos momentos como tempestades de verão que chegam arrebatando e ao mesmo tempo amenizando o calor da juventude e as inquietudes da idade adulta.

Ainda temos o perfume da vida empreguinado em nossas peles, estamos na idade madura, mas estamos vivos. Os tempos intensos que vivemos estão marcados em nossa existência, as lembranças, os amores e os dissabores que nos fizeram armados afloram a cada momento, nos deixando frágeis e incrédulos para um novo recomeçar.

Precisamos viver ainda mais, precisamos deixar que as brisas suaves e mornas daquelas tardes inesquecíveis que vivemos um dia alimentem nosso novo momento, é preciso se desarmar.

Tranquilizar o coração e acreditar na potencialidade do novo ser que hoje precisa se desconstruir para se reconstruir dentro de uma nova perspectiva.

Acreditar na força inimaginável que existe escondida dentro daquele ser que foi um dia tão cauteloso e escrupuloso em suas ponderações pela vida afora.

É preciso soltar-se, soltar-se sem medo de ser feliz porque a felicidade está em cada um de nós e não na idade cronológica que estamos, precisamos nos desarmar.

Desarmarmos para que a criança refloresça, desarmarmos para que o (a) jovem brinque com o que a vida hoje lhe oferece, apenas desarmarmos.

Desarmarmos para que um novo ser possa renascer, porque a essência da vida nos cobra a sabedoria de apreciarmos tudo que nos acontece em todas as etapas da vida e destas experiências construirmos um ser ainda mais puro, leve e sem medos.

Lembre-se que o medo pode nos limitar e que agora dissabores precisam ser trocados pelos amores e estas escolhas devem ser feitas pelas experiências vividas e também pela doce serenidade do coração.

É necessário nos desarmar para nos presentearmos nesta etapa da vida com presentes significativos que vão nos dar prazer.

Liberte-se, desarme-se, despreocupe-se e sinta os prazeres de sentir um novo ser renascer!

Pense nisso!

Um abraço carinhoso

Gilwanya Ferreira.

Compartilhe este artigo com seus amigos!
  • 1
  •  
  •  
  •  
    1
    Share

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.