A Razão e a Emoção. Como controlar esta sensação na maturidade

Durante o processo de gestação quando é criado nosso cérebro ele é dividido em dos hemisférios que são o direito e o esquerdo, o hemisfério direito atenderá as necessidades e habilidades tais como, a nossa emoção e nosso sentimento, a nossa linguagem, nossas habilidades artísticas e as habilidades de relacionamento.

O hemisfério esquerdo desenvolve o raciocínio lógico, as funções ligadas ao intelecto, o raciocínio matemático, as tomadas de decisão e os pensamentos.

O hemisfério direito comanda os movimentos do lado esquerdo do nosso corpo assim como o hemisfério esquerdo comanda os movimentos do lado direito.

Assim sendo, os hemisférios precisam ser desenvolvidos igualmente ao longo de nossas vidas para que nossa inteligência, nossa emoção e nossos movimentos consigam encontrar um equilíbrio sensato entre eles.

Em uma curta explicação a emoção é a subjetividade de cada sujeito, a personalidade e motivação que cada um tem para lidar com o que precisa ser decidido, já a razão é a capacidade da mente que permite chegar a conclusões, permite identificar e operar conceitos, resolver problemas, encontrar coerência naquilo que é preciso resolver.

Como todos sabem a população mundial esta envelhecendo a cada ano e atualmente a maior preocupação daqueles que trabalham nas áreas de saúde é encontrar uma forma mais segura de proporcionar a esta população uma melhor qualidade de vida e um bem viver diferenciado.

Com tantos problemas enfrentados no passar dos anos aqueles que chegam à idade madura buscam também uma maneira mais simples de enfrentar este novo velho mundo. Muitos conseguem permanecerem em suas próprias casas priorizando a liberdade de decisão e de escolha além da privacidade. Outros por alguma razão precisam viver em lares ou em casa dos filhos para conseguirem “sobreviver” às intempéries que a vida oferece tolhendo assim muitos de seus impulsos de decisão, sejam eles pela razão ou pela emoção.

A idade madura precisaria ser uma etapa da vida em que o sujeito pudesse ter uma tranquilidade de vida diferenciada das dos demais anos de suas vidas, muitos trabalharam anos a fio para darem conforto aos seus familiares, alguns trabalharam pesado de sol a sol e conseguiu conquistar bens materiais para presentear (deixar de herança) seus filhos ou netos, outros tantos às vezes nem trabalharam fora de casa, mas cuidaram bem de suas casas e dos filhos que cresceram homens de bem, responsáveis e trabalhadores.

Então chega a idade madura, a velhice e este tempo precisaria ser um tempo em que cada idoso pudesse viver como se vivesse em um tempo de luz, de paz de estabilidade emocional, mas, nem sempre é isso que acontece.

Em consequência da correria da vida das intempéries do dia-a-dia, alguns idosos que ainda vivem com as famílias começam a serem vistos como “um estorvo” e não muito incomum eles também se tornam “invisíveis” para aqueles que são mais jovens e até mesmo  dentro do contexto de vida  que está inserido.

O idoso não é consultado nem ao menos no desejo que possa existir em comer algo, o idoso que está presente em uma reunião familiar e não é notado, o idoso que busca alguém para conversar e que não lhe dão atenção, o idoso que sempre é “esquecido” em um canto da festa, da casa ou que também é deixando para trás  na hora de um passeio familiar, com certeza terá sentimentos de dúvidas na hora de tomar qualquer decisão .

Então vem a grande dúvida no que desrespeito à tão “famosa” frase: –

“Agir com a razão ou com a emoção”?

Qual caminho tomar?

Como vimos a razão é aquela que nos impulsiona nas tomadas de decisões e a emoção é a que nos mostra o lado sentimental da mesma decisão .

Quando o idoso chega a estas “alturas” da vida, com estas condições muitos não conseguem chegar a nenhuma conclusão mesmo que ao longo dos anos tiveram momentos em que ainda participavam ativamente de todas as decisões tomada.

Vale lembrar que a confusão mental que se estabelece através do sentimento de abandono, medo e insegurança pode acarretar inclusive em tomadas de decisões errôneas.

A maturidade da vida para muitos continua ser uma época normal tanto quanto os outros anos de suas vidas, porém, nem todos tem esta tranquilidade de envelhecer, chegada a idade chega também os medos, as angustias, as incertezas e tantos outros “monstros” assustadores.

Um deles talvez seja o mais assustador que é o conhecido “tempo extra,” o tempo extra da vida. Com a modernidade, as tecnologias, o avanço da medicina e tantos outros fatores que hoje a ciência consegue alcançar para prolongar os anos de vida do ser fazem com que este mesmo ser se amedronte ao pensar o que fazer com este tempo a ele presenteado.

As indecisões naturalmente surgem quando o indivíduo se defronta consigo mesmo e consegue enxergar sua idade e avaliar seu tempo passado ao que ainda esta por vir.

Quando este momento chega, chegam também as perguntas, as indagações, ele começa a se perguntar,

– O que poderei decidir  vivendo debaixo do mesmo teto de um filho?

– Se ao ter que decidir algo eu me perder entre a razão e a emoção o que poderá a mim acontecer?

– E se eu me apaixonar novamente, se meu coração “bater mais forte” quando meus olhos no olhar de outra mulher pousar? Minha família vai aceitar?

Se eu ainda me sentir jovem, se eu ainda minha vida sentir que posso eu cuidar, o que aqueles que me amam vão pensar?

Ou mesmo, se, se eu não me deixar influenciar em minhas decisões, será que vão aceitar?

Ou será que ao tomar uma decisão eu saberei mesmo não ser movido pela emoção de algum fato ou quiçá pela razão da opinião do outro?

Sim, são tantas dúvidas que surgem e elas são inteiramente normais no envelhecer porque neste período da vida as sensações são alteradas, o “coração” já não quer mais sobressaltos e por isso e por esta razão as dúvidas surgem.

Neste momento o ideal seria buscar ajuda de um profissional da psicologia, se possível um psicogerontólogo, pois ele será aquele que ajudará no reconhecimento, na aceitação e no equilíbrio do momento vivido.

O psicogerontólogo que trabalha com a abordagem cognitivo comportamental terá meios para fazer com que o sujeito que ainda preserva sua capacidade mental, cognitiva e intelectual possa mudar seu comportamento e passar a  entender o que esta vivendo, aceite tranquilamente a decisão por ele tomada e não se sinta culpado seja por qual ou por que caminho foi tomado tal decisão. Seja ela pela emoção ou pela razão.

O envelhecimento significa para todos uma fase de enriquecimento tanto espiritual quanto mental e quando o idoso consegue se inserir nesta etapa da vida com tranquilidade, quando ele se sente amado e também apoiado,  mais tranquilidade ele conseguirá ter quando alguma decisão precisar ser tomada.

A dúvida entre a Razão e a Emoção não é exclusividade do idoso, ela surge desde a mais tenra idade, desde quando a criança precisa tomar alguma decisão em que ela está exposta, como por exemplo:

– ela poderá se deparar entre ficar com a mãe em casa para não deixa-la sozinha (emoção) ou ir para o colégio estudar com os amigos e deixar a mãe em casa sozinha (razão).

– Quando o idoso quer viver sozinho e manter sua independência e privacidade (razão), quando  ele não vai para não deixar seus familiares sozinhos (emoção).

O importante neste caso é a tranquilidade em se tomar uma decisão, seja ela qual for o que mais importa é que haja sempre o equilíbrio em relação a aquilo que é preciso decidir.

No caso de idosos e crianças o apoio daqueles que estão inseridos no contexto de vida é de suma importância, pois, todos nós um dia passaremos por situações em que precisaremos decidir entre a Razão e a Emoção, seja no trabalho, no amor, na dor ou mesmo no lazer, portanto pensemos antes de estarmos “julgando” a decisão tomada por um idoso.

Vamos permitir, apoiar ou quem sabe mostrar outras opções que eles possam tomar. Não é bom opinarmos e decidirmos pelo outro quando este ainda pode opinar.

O ideal é respeitar porque quando nosso momento chegar talvez para nós seja mais muito mais simples pelo simples fato de que um dia soubemos apoiar aqueles que tanto amamos.

Pense nisso.

Gilwanya Ferreira
Psicóloga CRP 04/42417

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