O Vírus do HIV /AIDS e a População Idosa

2018, século XXI, será que ainda é possível imaginar que a população chamada terceira idade é uma população sem risco?

É difícil pensar que pessoas da terceira idade ainda se relacionam com pessoas da mesma idade ou com outras faixas etárias. Imaginar que elas podem ainda manter um relacionamento sexual ativo após os 60 anos e que podem contrair o vírus do HIV é totalmente impensável, porém se nos conscientizarmos que a chamada terceira idade possui hoje maior expectativa de vida e consequentemente os mais saudáveis são sexualmente mais ativos dos que os mesmos da década passada, vamos compreender que este risco é cada vez maior nesta população.

Segundo o Ministério da Saúde a incidência desta enfermidade é crescente e a cada dia é maior o número de pessoas desta faixa etária infectada. Um dado curioso é que infelizmente os diagnósticos são geralmente tardios, quando a doença já esta instalada, porque tanto o idoso quanto seus familiares e em alguns casos até mesmo os profissionais da área de saúde tendem a não imaginar de imediato a possibilidade de ser HIV/AIDS.

Pessoas que hoje estão na terceira idade são indivíduos que iniciaram suas vidas sexuais em uma época em que o vírus do HIV/AIDS não existia ou pelo menos não era tão conhecido, desta forma, quando passam a apresentar alguns sintomas eles não imaginam a possibilidade de se reconhecerem como vulneráveis a tal vírus.

Mesmo estando consciente de uma relação sexual desprotegida o idoso não se vê dentro deste grupo de risco até porque, a imagem de que HIV/ AIDS “é uma doença de jovens”, que preservativo é apenas como prevenção de uma gravidez não desejada assim como é baixo o nível de informações disponível para esta faixa etária, além das poucas estratégias de prevenção e orientação dirigidas diretamente a eles, o risco passa a ser somente para esta população, os jovens, a população que é considerada “população de risco”, portanto, quando alguns sintomas começam aparecer eles passam a ser diagnosticadas como queixas relacionadas às mais comuns queixas desta idade, as doenças oportunistas, e não como uma possível contaminação pelo vírus do HIV/AIDS.

O Preconceito é um reflexo importante a ser quebrado. Quando diagnosticada a enfermidade o idoso sente-se totalmente envergonhado e o sentimento de culpa surge de uma forma diferenciada das demais faixas etárias porque o estereótipo de que são pessoas “assexuadas” é predominante e uma vez contaminado pelo vírus significará que ele mantém uma vida sexual ativa o que vem chocar contra a ideologia criada em seu entorno e assim, muitos idosos tendem a mudar radicalmente seus comportamentos, conversam menos, ficam mais tristes, alimentam-se mal e isolam-se, atitudes que são muita das vezes adquiridas como mecanismo de defesa porque eles imaginam que “esconder” a doença até mesmo das pessoas mais próximas será a solução mais viável para evitar transtornos e aborrecimentos.

A conscientização de nossos idosos é de suma importância, é essencial que eles “aprendam” qual a maneira mais simples de lidarem com a situação, que esconder não vai ajudar em nada. É bom também que eles entendam que familiares e amigos mais próximos nestes casos podem ajudar e ajudarem em muito no enfrentamento de tal enfermidade, que sozinhos tudo será mais difícil e sozinhos eles correm o risco de contraírem outros transtornos tais como a ansiedade, o  medo, tristeza profunda e até mesmo a depressão, fatores estes  que vão  contribuir para uma dificuldade maior na obtenção do êxodo no tratamento e na  qualidade de vida.

A ajuda interdisciplinar que inclua serviço social, geriatria, fisioterapia, psicogerontologia, enfermagem, farmácia, e nutrição, entre outros é de fundamental importância, pois os vários segmentos quando se unem em seus conhecimentos poderão formar equipes mais preparadas para lidarem com as vulnerabilidades que esta enfermidade acarreta e também reunirem recursos ainda mais eficazes e esclarecedores não só para os pacientes em questão mais também para familiares e amigos.

Fazer exames laboratoriais periódicos, ter um acompanhamento médico especializado e também psicológico só vai ajudar o paciente a manter uma qualidade de vida desejável e diante de tal realidade muito ainda temos que buscar para que seja conscientizada a importância da prevenção.

Os riscos que idosos correm quando não se previnem é tanto quanto em qualquer idade, HIV/AIDS não é uma doença apenas da população jovem, hoje idosos infectados se tornou uma realidade e é necessário enfatizarmos o quanto é importante a utilização dos preservativos tanto femininos quanto masculinos, pois são eles os maiores aliados para a não contaminação e é somente através desta conscientização é que poderemos mudar esta realidade.

Não devemos esquecer que HIV/AIDS é uma doença totalmente democrática, ela não tem raça, não tem idade e nem tem religião, não tem uma escolha de cor nem condição cultural ou social, o HIV/AIDS não esta em um determinado grupo de risco mais sim em um comportamento de risco, portanto a prevenção ainda é a melhor solução.

Pense nisso.

Um abraço carinhoso.

Gilwanya Ferreira.

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