Por que o idoso comete suicídio? Quais os motivos que o levam a tal comportamento?

No último dia de setembro considerado “setembro amarelo” mês da prevenção contra o suicídio não poderia deixar de escrever alguma sobre um tema tão polêmico e constrangedor porque falar sobre suicídio na idade madura além de ser ainda um tabu é ter em mente um assunto polêmico e complexo, pois hoje sabemos que o envelhecimento populacional mundial é algo notório e que carrega consigo vários fatores que ainda deixam a desejar.

O suicídio entre as pessoas idosas constitui um grave problema para toda sociedade mostrando que a média de suicídio entre pessoas com mais de 65 anos é bastante elevada nos dias atuais.

Compreendendo que o ato suicida é uma decisão pessoal que é interpretada através dos aspectos psicossociais vividos por cada sujeito, sujeito este que esta sempre em interação com outras pessoas seja elas do grupo familiar ou não e partindo desta verdade é necessário considerarmos uma série de fatores que vão se acumulando na história de vida de cada sujeito e dentro destas mesmas histórias o quanto foi o acúmulo de dor tanto física quanto psicológica e de situações de vulnerabilidade que tornaram insuportável o sofrimento culminando assim no suicídio.

Sabendo também que o suicídio é um ato consciente de auto aniquilamento que é percebido como a melhor solução para se “escapar” de uma dor.

Poderemos dizer que no caso de idosos é de suma importância a observação das relações familiares e sociais que estes sujeitos vivem, quais são as característica apresentadas no dia-a-dia, quais são as reações psicológicas diante a fatos ocorridos e como são manifestados os transtornos e os medos, se são exagerados ou não.

Pesquisas nos mostram que transtornos afetivos e principalmente a angustia, a depressão, o isolamento, a sensação de menos valia dentre outros são sintomas relevantes para que tal ato seja cometido e as principais manifestações apresentadas em idosos e que merecem atenção especial para a prevenção do suicídio são: o persistente mau humor, a falta de interesse e de alegria de viver, o sentimento de que as energias estão se esvaindo, a tristeza profunda, as atitudes sempre negativas, a fadiga constante, os distúrbios do sono e do apetite, a desesperança, a baixa autoestima, o sentimento de não ser amado ou não mais amar, as manifestação constantes de vontade de sumir ou de morrer dentre outras.

Podemos ressaltar que algumas doenças graves também são fatores de risco para o suicídio de pessoas idosas. O câncer, os problemas no sistema nervoso central, as complicações cardiopulmonares e doenças urogenitais em homens, a perda da mobilidade dos membros inferiores tanto nos homens quanto nas mulheres, a AIDS, dentre outras, podem gerar uma vulnerabilidade maior entre esta população que passam a imaginar a não necessidade “de estarem vivos”.

No Brasil, estima-se um crescimento de 59,3% da população idosa com 60 anos ou mais, passando de 8,1% no ano 2000 para 12,9% em 2020 (IBGE, 2002), o que representa um aumento de 14 milhões ao longo de 20 anos, numa média de 700 mil novos idosos por ano (FERREIRA, 2007).

Como o risco de suicídio aumenta com a idade, a prevenção se torna um desafio a ser abraçado pelos vários setores de saúde necessitando desenvolver tecnologias diferenciadas e novas terapias para que possam ser amenizadas tais atitudes entre esta população.

Algumas relações nos fatores sociais também podem influenciar o idoso a cometer o suicídio. Fatores como a morte de uma pessoa querida, muita das vezes o cônjuge, doença terminal com dores incontroláveis, problemas financeiros, brigas na família, dificuldade de relacionamento, solidão, medo do prolongamento da vida sem dignidade, trazendo prejuízos econômicos e emocionais aos familiares, isolamento social, mudanças nos papéis sociais que lhes conferiam reconhecimento ou situações de dependência física ou mental diante das quais o idoso se sente humilhado dentre outros fatores são significativos e merecem atenção redobrada de familiares, amigos ou cuidadores.

Outro fator também relevante é o suicídio involuntário, ato cometido consciente ou inconscientemente em que o sujeito, neste caso o idoso, tem consciência de que tal ou tais atitudes não devem ser praticadas, que tal ou tais medicamentos não devem ser ingeridos, que o cigarro e o álcool não podem mais ser consumidos e mesmo assim são praticados. Normalmente quando não se tem mais uma “esperança de uma vida longa” o sujeito não mais consegue mudar seus hábitos ou comportamentos o que fará com que o tratamento ou o mantenimento razoável da vida seja dificultado ou até mesmo interrompido por isso o termo suicídio involuntário.

A Psicogerontologia com ajuda de outros setores da medicina vai fazer com que o sujeito em questão possa redescobrir novas maneiras de enfrentar as dificuldades vividas, mudando os comportamentos enraizados para comportamentos mais plausíveis para o momento.

Com técnicas adequadas para cada situação a Psicogerontologia na abordagem Cognitivo Comportamental pode fazer com que o sujeito se sinta mais confiante, aumentando sua alto estima, melhorando seu humor passando a ter uma melhor qualidade de vida e consequentemente um bem viver diferenciado do que aquele que manifestou no momento em que buscou ajuda ou que esta ajuda foi solicitada por familiares ou cuidadores.

É de suma importância todo cuidado e atenção no que diz respeito à vida de nossos idosos, é necessário que tenhamos uma observação diferenciada para qualquer sintoma acima citado e além desses, outros que sutilmente podem surgir sem que possamos perceber.

É preciso focalizar fatores singulares e é fundamental o carinho, o sentimento vivo do amor, da consideração, da atenção, da valorização do conhecimento dentre outros para que nossos idosos possam chegar com dignidade ao final de suas vidas.

Pense nisso.

Gilwanya Ferreira

Psicóloga CRP 04/42417

Pós-graduada em Psicogerontologia

Capacitação em sexologia clínica

Atendimento domiciliar e diferenciado

Tel. de contato

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